segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS – EAD
UNIDADE PEDAGÓGICA: Juazeiro-Bahia
TUTORA: Maria Deceles Magalhães
DISCIPLINA: Estágio Supervisionado I
PERÍODO: IV
CURSO: Letras: Inglês/Português
ALUNA: Lucélia Ribeiro

TROCANDO EXPERIENCIAS VIVIDAS: DE PROFESSOR PARA PROFESSOR.

Novembro, 2007.

Juazeiro-Bahia, trinta de novembro de dois mil e sete.

Caro Colega Professora Bianca,

Sinto um enorme prazer em escrever para você, porque sei que ser educador é bastante complexo, mas penso que nossa postura de profissional pode contribuir e reforçar a situação decadente que se encontra atualmente o sistema educacional. Apesar das dificuldades que encontramos em sala de aula, considero relevante acreditarmos em nosso potencial de docente, pois o aprendizado pessoal e a nossa capacidade de evolução, criatividade e interação podem vencer os limites de recursos materiais impostos por nossa atividade profissional.
Quero lhe dizer que sou docente desde o ano de 1998, e já presenciei grandes vitórias, assim como algumas derrotas, mas em nenhum momento me considerei fraca ou sem valor profissional. Sempre me pergunto, e levo até você esta reflexão que sempre trago comigo: O que é ser professor hoje? E lhe respondo, para mim é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade, já que não imagino o futuro da humanidade sem educadores, pois acredito que nossa visão tem que ser emancipadora, e que não só levamos informações, mas a nossa atuação docente, nossos conhecimentos e a consciência crítica que temos ajudam a formar pessoas.
Sempre levo em consideração que a docência nos leva a contribuir e reforçar que vale a pena aprender, e ver que a vida tem mais aspectos positivos que negativos, por isto é precioso saber que o ser humano está sempre em evolução e que esta pode se realizar muito mais se inserida no processo educacional.
Contudo, sei que os nossos sonhos, às vezes, são difíceis de serem concretizado, o que não quer dizer que você tenha que renunciar a eles, não é isso, deve sim procurar crescer cada vez mais e compreender se escolheu esta profissão por valores, cifras, oportunidade de emprego ou por vocação.
Se você, assim como eu, abraçou a docência por vocação, é necessário vivenciar todas as experiências que a carreira coloca a sua frente, e com isso o seu enriquecimento pessoal e profissional só tem a ganhar. Quero lhe dizer que nosso ofício de professor não está em extinção, como muitos pensam, na verdade o que se encontra extinto são conhecimentos arcaicos, que alguns profissionais ainda carregam para sua vivencia em sala de aula, e que atualmente o sistema educacional não aceita mais. Precisamos rever os métodos e procedimentos pedagógicos, levar o educando a um grau maior de elevação como pessoa e profissional.
Essa observação, claro, não nos aflige, pois não nos enquadramos nesse perfil. É uma observação sobre o que está acontecendo com alguns colegas. Mas, posso lhe dizer que são apenas momentos pelos quais todos os profissionais passam, todavia não deve tirar sua energia e seu potencial de profissional. Já vivenciei momentos profissionais ao seu lado e presenciei momentos de superações de dificuldades de aprendizagem, aos quais seus alunos travavam para aprender a ler, a escrever, interpretar textos, além de outras atividades dinâmicas e criativas que você os proporcionou com sua grande capacidade de liderar. Sua diversidade educacional, que os encorajaram para seguir em frente, ficou registrada nos projetos realizados no decorrer das vivências pedagógicas, ao longo de sua carreira profissional, porque você soube compreender que todos aprendem cada um em seu tempo.
Procurei sanar as dificuldades, que nós sabemos que são muitas, inclusive em nossa disciplina que é Língua Portuguesa. Realizei algumas atividades que podem lhe ajudar a redimensionar sua prática pedagógica, se assim você quiser, vivências de sala de aula, bastante produtivas, a exemplo do exercício com o tema, “A necessidade do ser humano de se comunicar”, através da exibição e discussão coletiva de filme que retratavam problemas nas formas de comunicação do ser humano.
Outro trabalho interessante foi à distribuição de caderninhos de observações “O Olho do Observador” que serviu para anotar as observações de um aluno sobre o outro, os quais foram selecionados por sorteio, mantendo-se em segredo o nome do colega observado. A atividade se estendeu por duas semanas e no final os alunos redigiram um novo texto sobre si mesmo, observando a contribuição da discussão em grupo para essa nova produção. A partir da produção textual foi realizada uma reescrita individual de cada aluno e posteriormente a reescrita coletiva com apresentação de um painel único, sendo trabalhadas as palavras que foram mais grafadas de forma errada.
Enfim, sabendo que essas atividades de ensino diferenciadas dependem da força de vontade do professor, e isto você tem de sobra, e da necessidade que seus alunos apresentem, termino lhe dizendo que nós educadores somos fortes o suficiente para travar grandes lutas educacionais. Se necessário me escreva, ou me procure, estarei a sua disposição, pois devemos sempre estar do mesmo lado para sanarmos juntas as nossas dificuldades.


Um grande Abraço, da sua amiga,
Lucélia Ribeiro.

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