segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DIA DO PROFESSOR


EM JUAZEIRO: ORAÇÃO, MÚSICA, CAFÉ SERTANEJO E MUITOS BRINDES NA FESTA DO PROFESSOR

22 DE OUTUBRO DE 2012 1
Fonte:http://www.aplbsindicato.org.br

O Dia do Professor foi comemorado no dia 15 de outubro na quadra poliesportiva do Colégio Paulo VI, contou com a participação dos professores e professoras da rede pública de ensino de Juazeiro e região filiados a Aplb-Sindicato.

O evento que foi promovido pela Aplb em parceria com a Seduc (Secretaria Municipal de Educação e Esportes) foi realizado de forma diferente dos anos anteriores, pois neste ano o Sindicato optou por oferecer um momento de integração religiosa realizando um culto ecumênico que foi dirigido pelos religiosos: padre Josemar (pároco da catedral Nossa Senhora das Grotas) e o pastor Ilizeu (igreja Evangélica Luterana). Llogo depois aconteceu uma belíssima apresentação de dança de salão com o professor Marcos Canuto e a cantora Fabiana Santiago. Em seguida foi oferecido o café da manhã sertanejo aos presentes, que também puderam aproveitar para relaxar com as massagens terapêuticas do grupo de terapias corporais, enquanto todos se deliciavam ao som agradável de Valtinho.

Houve ainda a participação do diretor da Aplb professor Antonio Carlos que durante sua fala trouxe duas novidades para a categoria e os filiados do sindicato:

1. A finalização da reforma do plano de cargos e carreira do magistério municipal que traz avanços importantes como valorização financeira para os especialistas entre outras…

2. Aquisição do clube de campo da Aplb localizado na estrada da adutora.

3. Implantação em parceria com a Seduc dos projetos “bom de língua” (inglês e espanhol) e o “dançando com a vida” (dança de salão). O secretário de Educação Clériston Andrade levou a mensagem da secretaria e parabenizou a todos os profissionais de educação do município pelo dia e pelo desempenho que a educação vem obtendo nos últimos anos. O prefeito Isaac carvalho também prestigiou o evento e cumprimentou a todos pela data e reafirmou o compromisso com a valorização da educação dizendo que a “educação continuará sendo a principal prioridade do nosso governo” finalizou. A parte final ficou para os sorteios de brindes que foram vários. No encerramento todos caíram na dança e o final virou um grande carnaval ao som de Valtinho e Marconde na percussão.

Resta agradecer a todos que prestigiaram e colaboraram para o êxito do evento, principalmente a direção do Colégio Paulo VI, que tem sido um parceiro fiel, abraçando todos os nossos projetos a exemplo do projeto “dançando com a vida”, dança de salão que acontece todas às terças e quintas, por último agradecer a todos os nossos filiados que vem atendendo ao chamado e estão sempre prestigiando os nossos eventos.

Diretoria da APLB-Sindicato Juazeiro

 

sábado, 27 de outubro de 2012

COMPARTILHANDO ESSE MOMENTO DE LEITURA


    
FELICIDADE CLANDESTINA
Clarice Lispector 
O primeiro  beijo
São Paulo, Ed. Ática, 1996

     Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
     Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
     Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
     Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
     Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
     Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
     No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caís nenhuma vez.
     Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
     E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
     Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem à tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
     Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
     E o pior para essa mulher não era  descoberto do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de usa filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas do Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: e você fica com o livro por quanto tempo quiser.
     Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
     Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
     Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho em mim. Eu era uma rainha delicada.
     Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
      Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.





                          

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

FOTOS DA FORMATURA PROERD

 MOMENTO DE JURAMENTO FORMATURA DO PROERD
 MOMENTO DE FOTOS 

 Profa. Lucélia e as alunas Ariane e Milena
 Iraneide Lopes, diretora da escola e as aluas Ariane, Milena e Clarysse
Aluna do 5º A - Vencedora da Redação PROERD

sábado, 20 de outubro de 2012

FORMATURA DOS ALUNOS DO 5º A NO PROGRAMA PROERD


 Maria Sonia Passos - Gerente de Departamento na SEDUC-Juazeiro-Ba e a aluna Ariane
                                                          Profa. Lucélia entre as alunas Yasmine e Thailla Marcella
                                                                 Alunos Paulo Ricardo e Clarisse Ribeiro
                                                                                     Alunas Adriana e Verônica 
                                  Turma de Formandos  com a Diretora da Escola Iraneide Lopes e Profa. Lucélia Ribeiro


                                                          Turma dos 5º A e B com Professoras Lucélia e Ivanilde
                                                                                Aluno Jefferson e sua mãe 

Profa. Lucélia, Instrutor do Curso, Edvaldo, aluna ganhadora da redação Milena e Ariane, representante na entrega do certificado PROERD


"ENSINA A CRIANÇA NO CAMINHO EM QUE DEVE ANDAR
E AINDA QUANDO FOR VELHO, NÃO DESVIARÁ DELE"
 

PROVÉRBIOS 22:06

O Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD tem caráter social, preventivo e tem como objetivo primordial,   prevenir o uso de drogas, inserindo em nossas crianças, a importância e conscientização de desenvolver potencialidades para que alcancem de maneira correta e em sua plenitude sua realização pessoal e profissional numa sociedade que eles esperam ser  justa e segura para eles e seus familiares.
Este Programa consiste na união da Polícia Militar através de policiais instrutores, professores, pais e comunidade, bem como o apoio integral da secretaria dos municípios. O programa consiste em aulas educativas no espaço escolar que leva aos alunos, crianças e adolescentes, ensinamentos e acima de tudo, a conscientização para que eles aprendam o que são as drogas e as conseqüências que estas trazem aos que fazem uso delas, e assim dizer sempre NÂO a elas.
O Programa tem por objetivo principal a prevenção ao uso das drogas nas crianças em idade escolar, visto que são as mais atingidas por elas, entre crianças em idade escolar, o qual será desenvolvido através de: Fornecimento de informações aos estudantes sobre álcool, tabaco e drogas afins; ensinar aos estudantes, as formas de dizer não às drogas; ensinar os estudantes a tomar decisões e as conseqüências de seus comportamentos; desenvolver e trabalhar a auto-estima das crianças, ensinando-as a resistir às pressões que as envolvem.
Na Escola Municipal Ludgero de Souza Costa, os alunos dos 5º anos, tiveram como instrutor, o PM Edvaldo, que conduziu com eficácia as aulas, levando aos alunos a importância de conhecer os tipos de drogas, ao tempo em que levou o ensinamento de que jamais devem fazer uso delas.
Existem vários tipos de drogas, o álcool, tabaco, inclusive remédios. Algumas dessas drogas são permitidas o seu uso socialmente, desde que não abusivamente, isso não quer dizer que devemos usá-las, pois para isso temos o livre arbítrio para consumir ou usar aquilo que nos é conveniente. As drogas não permitidas são cocaína, craque, maconha, sendo que estamos vendo a cada dia nos espaços de comunicação que o craque está cada vez mais atingindo as populações de meninos e meninas que entram nesse mundo, muitas vezes considerado sem volta para muitas crianças do nosso país.
Diante do aumento do consumo de drogas proibidas ou não, entre crianças e adolescentes em idade escolar, torna-se necessário um trabalho efetivo e contínuo de prevenção de uso de drogas, entre os jovens que ainda não tiveram contato com tais substâncias.
O Programa em nossa escola foi de bastante relevância, pois vem nos ajudar enquanto gestão escolar (professores, coordenadores, diretores) e comunidade escolar a presenciar o desenvolvimento e o interesse dos alunos nas aulas e como eles reagem aos ensinamentos oferecidos pelo instrutor.
Agradecemos a todos que participaram desse momento de formatura que foi bastante dinâmico e feliz para todos os envolvidos nesse Programa.

Redação vencedora  da aluna Milena Soares – 5º A
                         
Ensinamentos da Vida
Eu aprendi que as drogas prejudicam a saúde, e provoca doenças nos pulmões. E o cigarro causa dificuldade respiratória e tontura, e se você fumar maconha uma vez você quer mais, e ai você pode contrair dor nos pulmões e no fígado. Eu gostaria que as pessoas que fumassem maconha, cigarro ou drogas parassem para que não fiquem doentes e estejam de bem com a vida. (redação digitada conforme escrita pela aluna);

Trechos de outras redações: (digitadas conforme escrita do aluno).

“O Professor Edvaldo é muito divertido de bem com a sua vida, porque ele não precisa usar as malditas drogas para viver feliz. Diga não as Drogas!...” (Verônica);

“O Proerd e um programa que explica o que são as drogas. Ensina o que é certo e o errado. Fala o que o craque pode provocar ao nosso corpo e que prejudica aos pulmões, traz doenças graves e problemas na família....” (Fábio);

“Eu aprendo que as drogas fazem mal para o corpo, principalmente, o pulmão. A cerveja também prejudica o nosso corpo... Proerd ensinou que também não devemos ter violência com nossos pais e amigos.....” (Clarisse);

“Eu gostaria que as pessoas parassem de fumar maconha que já tem crianças de 11 anos que cheira pó, fumam maconha e bate nos seus pais...”  ( Jeffersom).

Profa. Lucélia Ribeiro.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Refletindo sobre ser professor



Refletindo sobre ser professor
Lucélia Ribeiro

Foto: Profa. Lucélia e alunos do 5ª  A
  A discussão sobre o ofício de professor como uma profissão e a profissionalidade docente, as quais demandam um corpo de saberes, habilidades, competências, normas e valores, têm sido recorrentes na literatura e na pesquisa educacional nos últimos anos, como resultado de uma produção internacional que aqui tem chegado.
   Evidenciam-se, atualmente, preocupações com os cursos de formação de professores, em nível superior, efetivamente no que diz respeito à formação do professor enquanto um profissional, mesmo acatando-se a ideia de que a profissionalidade não é construída apenas no contexto acadêmico/universitário da formação inicial. Sobre isso, Pérez Goméz compreende que “a função do docente e os processos de sua formação e desenvolvimento profissional devem ser considerados em relação aos diferentes modos de conceber a prática educativa” (ibid. 2000, p. 353).
   Do ponto de vista teórico/ epistemológico a análise da profissão professor implica na compreensão de alguns pressupostos:
- No avanço, em termos de pesquisas, no conhecimento sobre como o professor “aprende a ensinar”, como ele articula os saberes, suas técnicas, seus valores no contexto da sala de aula e quais são esses saberes e como se manifestam.
- Na compreensão de que o professor deve assumir sua profissão como uma atividade que além da resolução de problemas, através da aplicação de técnicas e de modelos aprendidos, exige a abertura para o novo, o singular, ou o impensado. O professor deve exercer sua análise clínica, seu talento artístico, a reflexão na ação. Supõe a compreensão de uma epistemologia da prática do ponto de vista da reflexão.
- No entendimento de que o desenvolvimento profissional do professor implica em tomar a formação inicial e posterior num contínuo desenvolvimento profissional, que implica em responsabilidade não só pessoal como também das instituições formadoras e das escolas em que trabalham.
- Na necessidade de que os cursos de formação de professores abandonem a lógica acadêmica, disciplinar de formação e instaurem uma lógica de formação profissional, tendo a prática como sua referência principal. 


   Assim, profissional professor é aquele que detém o conhecimento profissional em questões de alta importância humana. Em troca do acesso a seu conhecimento especial, o profissional recebe um mandato para exercer controle social nas questões de sua especialização, uma licença para determinar quem entrará em sua profissão e um grau relativamente alto de autonomia na regulamentação de sua prática. Assim, em uma íntima associação com a própria ideia de profissão encontramos a ideia de uma comunidade de profissionais cujo conhecimento especial coloca-os à parte de outros indivíduos, em relação aos quais têm direitos e privilégios especiais. (SCHÖN, 2000, p. 36).
    No Brasil, o adjetivo profissional dado à palavra professor já era utilizado nas primeiras décadas do século passado. Os intelectuais do campo educacional e os administradores da educação se debatiam em empreender reformas educacionais que pudessem constituir o professor como um profissional e em refletir os meios para transformar o ensino em uma profissão como tantas outras reconhecidas.
     Estas preocupações foram resultado de três processos importantes que marcaram o campo educacional no período, conforme António Nóvoa. São eles: o processo de estatização do ensino, da institucionalização da formação de professores e da cientifização da pedagogia.
  Com relação à estatização do ensino, podemos afirmar que o Estado brasileiro foi, gradativamente, assumindo sua função de educador, sustentado pelos ideais republicanos, embora, já na Primeira República, fossem manifestadas preocupações com o elevado número de analfabetos e não houve, no entanto, uma forte demanda por educação, desobrigando o Estado da construção de um sistema nacional de ensino.
  Somente a partir dos anos vinte do século XX, com a emergência de uma tardia revolução industrial e do reordenamento político e cultural da sociedade brasileira, é que surgiriam significativas demandas por uma educação pública, gratuita e universal, que exigiriam do Estado a responsabilidade com a educação nacional, fato que já havia ocorrido em países da Europa no final do século XIX.
   A escola e o ensino passaram, então, a ser compreendidos pelos parâmetros dos ideais democráticos da Educação Nova que se disseminavam pelo país. Porém, importa ressaltar que nesse novo contexto brasileiro, a escola e o ensino foram considerados elementos potencializadores do desenvolvimento do país.

  Com o ensino primário sendo colocado ao alcance das camadas populares, intensificaram-se as preocupações acerca da melhor forma de ensino, da melhor escola e, conseqüentemente, da necessária formação para os professores, agentes responsáveis por tal mudança. Era preciso, portanto, dar atenção especial às instituições formadoras de professores.

Anísio Teixeira, um dos maiores expoentes do movimento da educação renovada no Brasil, em seu texto “Ciência ou arte de educar”, indagava sobre o caráter científico ou artístico do ofício de ensinar. Para Anísio, o ensino deveria assumir um caráter de arte científica, à semelhança da medicina e da engenharia, constituindo-se, então, em uma profissão. Os conhecimentos científicos possibilitariam aos professores que os possuíssem, a capacidade e a competência para rever e reconstruir suas práticas educativas. Entendia que tal como o médico, o professor também recria, exerce a arte clínica ao adequar seus conhecimentos às situações particulares em que vive.

O professor, ao enfrentar-se com as situações do cotidiano de sala de aula, “mobilizaria” seus conhecimentos (profissionais) para resolver tais situações, consideradas inesperadas e singulares.
Para Schön (2000, p. 17), esta visão poderia ser considerada tributária da concepção de racionalidade técnica, ou seja, “a aplicação de técnicas derivadas de sua bagagem de conhecimento profissional”. A racionalidade técnica diz que os profissionais são aqueles que solucionam problemas instrumentais, selecionando os meios técnicos mais apropriados para propósitos específicos. Profissionais rigorosos solucionam problemas instrumentais claros, através da aplicação da teoria e da técnica derivadas de conhecimento sistemático, de preferência científico.

A concepção de prática profissional tributária da concepção de racionalidade técnica foi atribuída à visão de Anísio, pois durante muito tempo foi entendido como “precursor da visão tecno-burocrática” muito em voga no Brasil nos anos 70. Embora a importância atribuída, por Anísio, aos conhecimentos científicos, às Ciências da Educação, não se pode deduzir que o ensino restringe-se a uma tarefa de aplicação de regras e técnicas oriundas da ciência para resolver os problemas da prática docente. Da mesma forma que para Schön e para Dewey, Anísio entendia que “a atividade docente, como a medicina - e até mais do que ela –, teria muito de arte” (MENDONÇA, 2002, p. 93).

Ensinar não é somente uma ciência aplicada ou uma arte industrial e técnica como a engenharia. Nem mesmo é como a medicina, onde a parte exata dos conhecimentos, embora menor, já permite certas aplicações perfeitamente seguras e impessoais. (...) Se, pois, ensinar participa assim tão profundamente desse caráter artístico, não podemos crer que uma pessoa, somente por muito aprender psicologia e sociologia educacionais, venha amanhã a ser um ótimo professor primário” (Anísio Teixeira, em discurso proferido em 1932, na abertura dos cursos do Instituto de Educação).

Há que se compreender que, tanto para Anísio como para Schön, o ensino é uma atividade que pressupõe o exercício de um talento artístico, um certo tipo de competência que os profissionais demonstram em certas situações da prática que são únicas, incertas e conflituosas.

Libaneo em: Organização e Gestão da Escola: teoria e prática, Alternativa, 2004, diz que:
" (...) a profissão de professor vem
sendo desvalorizada tanto social quanto economicamente, interferindo na imagem da profissão. em boa parte isso se deve a condições precárias de profissionalização-salário, recursos materiais e didáticos, formação profissional, carreira -provimento, é, em boa parte, responsabilidade dos governos.
E a outra a quem pertence? Necessitamos de reflexões. Eis a minha:

Ser professora surgiu de um desejo de minha mãe, pois ela tinha o pensamento que o magistério era uma profissão que tinha caminho aberto para empregos. De certa forma ela estava certa. Segui o conselho dela.
Aos poucos fui me aperfeiçoando através das diversas salas que se apresentavam. Hoje, afirmo Ser Professora não é só uma profissão! É desenvolver um dom e ajudar a aqueles que necessitam de nossa aprendizagem. Ser professor é estabelecer um vinculo forte entre o eu e o outro em nossa sala de aula. E tenho procurado ampliar esses vínculos para colher bons frutos a cada final de ano letivo.
Ser professor/Educador é buscar meios diversos para ampliação do seu conhecimento e do outro. É ser instigante, leitor, pesquisador... Ser professor é despertar sempre com uma nova visão para desenvolvimento de novos caminhos que vão florescendo a cada dia em nossa sala de aula.
“Ser professor é nunca deixar de Amar aquilo que se faz”. Então professor... Apesar dos problemas... “Nada de desânimo, pois ainda temos muito para aprender e lutar por uma Educação que um dia possamos realmente falar “É de qualidade” para quem ensina e para quem aprende...”.
Obs. Trecho extraído do meu Memorial Acadêmico para conclusão do curso de Letras em maio 2009.
REFERÊNCIAS
BOAVENTURA, E. M. Memorial. 1995. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2003.
CURRY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro. Editora Sextante, 2003;
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. O professor como educador: um resgate necessário e urgente. Salvador: Fundação Luís Eduardo Magalhães, 2001;
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indagação:cartas pedagógicas e outros escritos.São Paulo, Eitora Unesp, 1977

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004;
PERRENOUD, Phillipe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000;
SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre, ARTMED, 2000.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO. Jan/fev/mar/abr, 2000, n. 13 ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
VIGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

Acesso a sites da internet:

http://www.revistanovaeraletras.blogspot.com/ - Memórias do Curso de Graduação. Organizado por Lucélia Ribeiro, aluna da Faculdade de Tecnologia e Ciências – Ead.
www.ufrr.br/component/option.com - Roteiro para elaboração de Memorial. Compilado por Gildenir Carolino Santos, Campinas, São Paulo, 2005.

LUCÉLIA RIBEIRO

Minha foto
Juazeiro, Bahia, Brazil