quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


CHEGAMOS HÁ MAIS UM FINAL DE ANO...HORA DE MAIS UMA VEZ AGRADECER A TODAS AS BENÇÃOS RECEBIDAS, SEJA NO CAMPO PROFISSIONAL E NO PESSOAL.
A TODOS OS QUE ME ACOMPANHARAM, VISITANDO MEU BLOG, DEIXANDO SEUS COMENTÁRIOS E AQUELES QUE POR AQUI PASSARAM APENAS OBSERVANDO, DESEJO UM FELIZ NATAL E UM 2011 CHEIO DE PROSPERIDADE E DE MUITO SUCESSO.

Felicidades!
Lucélia Ribeiro

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

CARTA AOS CURSISTAS FALANDO DA IMPORTÂNCIA DOS TEMAS TRABALHADOS

Juazeiro, 25 de agosto de 2010.
Senhores Cursistas,

Quando falamos em formação, muitas vezes nos angustiamos com o que nos apresenta. Quando vi o anúncio sobre essa formação convidei algumas colegas, professoras que conheço para fazermos as inscrições, já que esta era para quem tivesse interesse em participar. Ouvi várias respostas e o não, foi a mais ouvida.
Fiquei um pouco triste pelo desencanto de algumas delas com a palavra FORMAÇÃO, mas senti que nós professores estamos sobrecarregados de trabalho e sem tempo de curtir e viver uma formação com o prazer de estar no espaço e degustando com prazer as palavras dos tutores, sem imposição de regras ou leis.
Entendo que as formações são um caminho para uma melhoria na nossa condição de educadores, mas ultimamente estamos desmotivadas em vivenciar esses espaços de aprendizado por prazer, já que vivenciamos outras a quem nos foram impostas, sem ao menos nos perguntarmos se realmente queríamos participar. Não quero dizer com isso que estas formações não sejam importantes para nossa qualificação profissional, ao contrário, são bastante significativas, mas são tantas as obrigações colocadas, fichas, diários, relatórios, provas, atividades, aplicação de diagnósticos, que o cansaço físico e mental apodera-se do nosso corpo, que em alguns momentos sentimos vontade de desistir no meio do caminho.
Mas mesmo assim com tantos nãos ouvidos e tanta falta de estímulo, encarei mais uma, apesar de estar inserida em formações do IQE – Instituo Qualidade de Ensino e as formações do EJA que acontecem também no decorrer desse ano letivo.
Iniciei o Curso de Alfabetização e Linguagem, cansada e lhes digo até um pouco desanimada, estranho até para quem me conhece, pois sou uma pessoa persistente e perseverante naquilo que quero e acredito. Enfim, aceitei mais esse desafio.
No primeiro dia, ao chegar para o curso, no Colégio Municipal Paulo VI, pasmem...rsrs, fui a primeira cursista a chegar no espaço, e de frente a mim, encontrei as tutoras, uma era Eliete, sempre sorridente, a outra Karla Cristina, que eu não conhecia, mas percebi também ser uma pessoa especial. E esse momento foi maravilhoso, pois uma das coisas que me deixam feliz, é ver atuando como tutoras nessas formações, professores que fazem parte da nossa rede de ensino e sempre defendo que devem ser oferecidas oportunidades aos nossos educadores, pois temos pessoas competentes e que enquanto formadoras são excelentes e trazem contribuições valiosas para nosso aprendizado, sejam através do que está escrito nos livros ou em suas experiências, por que as formações são espaços constituídos para troca também de ideias e experiências de vida.
Iniciamos naquele momento mais um ciclo de experiências em nossas vidas, onde iríamos conviver com vários educadores, cada qual com suas particularidades. O curso, Alfabetização e Linguagem a nós apresentado pelas tutoras, se constitui até o momento num espaço de vivências, que estão atrelados ao nosso cotidiano enquanto professores atuantes e preocupados com o desenvolvimento de nossos alunos no tocante ao desenvolvimento da leitura e a escrita, e que aliados a outros espaços formativos que estamos vivenciando só vem somar forças na luta contra o analfabetismo, pois todas as leituras feitas e as atividades executadas nos reportam a entendermos um pouco mais das angústias que vivemos em sala de aula no dia a dia relacionadas às dificuldades de aprendizagem das nossas bênçãos, chamo-os sempre assim.
Nesse primeiro dia debatemos sobre avaliação, como devemos avaliar e o que realmente queremos realizando mais essa formação e também discutirmos sobre as diferenças de alfabetização e letramento.
Os temas trabalhados no percurso de abril até esse mês de julho foram marcantes, pois sempre nos proporcionaram relevantes discussões e reflexões sobre nossa prática profissional diária. Os temas discutidos não são desconhecidos em nenhum momento na nossa caminhada de professor. Após esse primeiro encontro, as turmas foram divididas e nós ficamos na companhia da tutora Karla Cristina, realmente, uma pessoa especial, prestativa, sensível, receptiva e tranqüila, significado real do seu nome.
Existiram vários momentos marcantes, assistimos a vários vídeos, entre eles, Eu tropeço, mas não desisto, Vida Maria, Planejamento Escolar e seus pontos primordiais, Domínio da Língua Portuguesa, sendo este, comparando a Escola, a um grande navio, pois a Escola pra seguir em frente deve ter seu comandante, tripulantes e seus marinheiros, e incrível somos nós, diretores, coordenadores pedagógicos, professores, merendeiras, refreadores, enfim todos que compõem o espaço escolar, assim como o navio que precisa de pessoas em seus diversos papéis para guiá-los pelas águas do mar. Nesse dia ainda respondemos a questionamentos: a) Por que é tão difícil envolver os docentes nas práticas de planejamento, e Como podemos melhorar esses momentos? Respondemos a esses questionamentos e devolvemos a tutora.
Existiram grandes momentos de discussões, de trocas de ideias e experiências entre cursistas, bem como da tutora. Um momento legal foi quando realizamos uma reflexão sobre o uso da língua e focamos debate sobre as variações lingüísticas que existem no nosso país e que devemos mostrar aos nossos alunos que em muitas vezes não existem o falar errado, mas que a língua é falada conforme os fatores sociais, histórico e cultural da região em que a pessoa está inserida.
Aconteceu também o momento que debatemos sobre a importância da literatura infantil, que foram apresentadas por vários cursistas suas experiências e também temas com o relativismo cultural, onde enfatizamos as questões que envolvem a preservação e a diversidade cultural de cada povo na preservação de seus costumes, ideias e formas de vivencias de casa um.
Nos encontros do mês de julho também aconteceram momentos deliciosos, no dia nove, foi apresentado em slides, o livro de Ruth Rocha, intitulado, o menino que aprendeu a ler e a partir desse vídeo discutimos sobre o uso do lúdico na sala de aula, quando o prazer por aprender se torna mais significativo para o aluno e o professor, enfatizando que o uso da ludicidade também vem contribuir com o aprendizado de regras e limites dentro da sala de aula.
Nesse dia trabalhamos com a feitura de dobraduras e com elas montamos uma história. Após a atividade feita, cada grupo leu para os demais suas historias, concluindo assim esse dia.
Na formação de 29/07, quando debatemos sobre as questões que envolveram a questão da indisciplina escolar, e inclusive destacou-se que em muitos momentos não é só o aluno que é indisciplinado, mas o professor também tem seus momentos de indisciplina, esse tema desafogou muitas angústias dos formadores como também nossa, pois convivemos com a indisciplina diariamente, mas entendo e comento para vocês que podemos aliar o uso da ludicidade para minimizar essa indisciplina de nosso alunado, que na grande a maioria traz de seus lares e acreditamos ser difícil dizimar, pois entendo que nós educadores estamos convivendo com a falta de integração da família a escola e isso tem impedido o melhor andamento de nossas atividades em sala de aula. Nesse dia tecemos discussões sobre as regras impostas, o equilíbrio das ações, o agirem na hora certa, estar atenta por que a indisciplina tem aumentado a cada dia. Penso que não temos ainda a solução definitiva para essa questão, mas nesse encontro sentir que saímos com o coração mais leve e tranqüilo. Encerramos esse encontro com a realização do trabalho em dupla com a resposta a pergunta: Como prevenir comportamentos indesejáveis numa sala de aula? Respondemos e entregamos a tutora. Para concluir, devemos olhar a indisciplina aplicando os nossos conhecimentos dentro da moral e da ética necessários ao processo educacional.
No encontro que antecedeu a entrega dessa atividade, dia 12/08, focamos nosso olhar para a discussão de ideias e trocas de experiências sobre as produções textuais de nossos alunos. Tivemos dois momentos de acolhida, uma por parte da cursista Lucélia, que trouxe um texto intitulado Vestido Azul, e o vídeo Vida Maria que retrata a saga de uma geração de mulheres que por ignorância e imposição não aprendem a ler e a escrever. Após esse vídeo o grupo destacou a grande importância da leitura e da escrita na vida social e profissional das pessoas. Trabalhamos em grupos atividades destacadas do módulo de estudo, temas como: análise de produções de alunos, textos orais, verbais e não verbais, uso de cartazes, leitura avaliativa, produção de redações orais, socializações e analises de figuras.
Esses temas foram bastante discutidos por todos e enfatizado por uma cursista que devemos estar atentos a questões que envolvem a escrita e reescrita de textos em sala de aula, pois a partir das reescritas os textos de nossos alunos ficaram mais contextualizados e dentro dos padrões solicitados e cobrados dentro da disciplina língua portuguesa.
Amigos cursitas, entendo e repasso para vocês que os processos formativos realmente se constituem num espaço de trocas de experiências e de olharmos as diferentes formas de alguns temas gerados nesses espaços, porém devemos estar atentos ao que somos e ao que realmente queremos pra nossos alunos. Sabemos também que necessitamos de outros fatores aliados a nossa competência que virá somar aos nossos esforços... Mas isso é outra pagina dessa história.
Termino esta carta dizendo, que apesar de muitas vezes nos aborrecemos com tantos problemas na educação, devemos lembrar que nossos alunos em sua grande maioria contam mais com nosso carinho e apoio do que a de seus familiares, e isso são fatores importantes para nossa vivência docente.
Outro fator importante e que merece destaque é que devemos também olhar os espaços formativos como espaço de interação e de grandeza para a nossa
profissão, e não como um espaço que nos traga angústias e decepções. Quero dizer também que esse espaço é o momento onde vamos viver e reviver as mesmas coisas que já ouvimos e conversamos em espaços formativos feitos em outros momentos, mas há algo importante que quero lembrar pra todos que o conhecimento adquirido ao longo de nossa caminhada nunca é demais para o engrandecimento da nossa profissão.
Deixo agora para todos, um abraço carinhoso e desejar a todos nós um resto de curso de muita paz e tranqüilidade.

Carinhosamente,

Lucélia Ribeiro

CURSO ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

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ATIVIDADE REALIZADA NO CURSO ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

COMO VOCÊ VÊ A FALA DE SEUS ALUNOS? A VARIEDADE LINGUISTICA INTERFERE DE ALGUMA FORMA NA ESCRITA DAS CRIANÇAS? DE QUE FORMA? RESPONDA E PLANEJE UMA AÇÃO PEDAGÓGICA QUE POSSIBILITE AOS ALUNOS O ENTENDIMENTO DE QUE É O CONTEXTO COMUNICATIVO QUE DETERMINA O USO DE UMA OU OUTRA VARIANTE.

Entendemos que a língua nunca é falada de maneira igual pelos usuários da língua. Ela está sujeita as muitas variações. Sabemos que o modo de falar de uma língua varia de época para época, já que o português falado por nossos antepassados era muito diferente do português que falamos hoje; de região para região; de grupos sociais, etc.
Além dessas variações existentes no meio social, existem outros usos da língua, como gírias próprias da faixa etária, que diferenciam a língua escrita e a oral. Entendemos que não existe a mais correta das linguagens, mas sim a mais adequada conforme o contexto social existente e adequado para o momento de sua utilização.
Apliquei em minha sala de aula uma atividade retirada de um livro didático que enfatiza as variações lingüísticas. Foi explicado o tema, oferecendo dicas e exemplos de fala e diversos usos da língua escrita e falada no meio deles. Uma bem discutida foi à linguagem utilizada pelos meios eletrônicos como, orkut, e-mail, MSN.
Através dessa ênfase oferecida pelos alunos expliquei que devemos ter certo cuidado com a linguagem escrita nesses meios, pois se escreve muito errado na linguagem virtual, e isto se acarreta em vicio no mo momento de escrever corretamente. Outro aspecto ressaltado foi com relação ao uso de gírias.
Segundo a atividade aplicada e as respostas oferecidas através dos questionamentos, os meus alunos não fazem muito uso da gíria, os que ainda tem grafia errada denotam-se uma questão da assimilação do som da palavra a sua escrita. Isto se justifica pela forma que este foi alfabetizado.
E nesse aspecto o que conclue-se é que enquanto professores e alfabetizadores devemos estar atentos ao explorarmos temas como as variantes, pois devemos reconhecer sua importância e utilidade, além de esclarecer aos alunos os problemas existentes e que são ligados ao uso da língua, principalmente a escrita, a saber, uso de acentuação, grafia das palavras, em especial aquelas que têm grafias semelhantes e significados diferenciados.
A aula foi encerrada com a confecção de um mural em papel madeira recortado no formato do mapa do Brasil com gravuras e palavras de nosso dia a dia na região nordeste, mas que em outros estados conhece-se por outros nomes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MEUS ALUNOS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS




Mãos cansadas do trabalho diário e vontade de estudar. Trabalhar com alunos de EJA é poder vislumbrar um mundo novo de expectativas de vidas, diferenças existentes, diversidade! Como porofessora de EJA, é confirmar e poder amar a aquilo que se faz e como se faz.

segunda-feira, 19 de julho de 2010


O PEDAGOGO E A CONSTRUÇÃO DE SUA IDENTIDADE



Karla Patrícia V.de Britto[1]


A diversidade sociocultural presente no espaço escolar e a especificidade educacional na sociedade contemporânea apontam a necessidade de construção e reconstrução do papel do Pedagogo. A relevância do desenvolvimento do artigo situa-se na necessidade de analisar o contexto das dimensões: formativa, organizacional e pedagógica. Para isso, tem-se como objetivo analisar a formação e atuação do professor pedagogo investigando o pensamento crítico-reflexivo, para constatar a identidade profissional do professor pedagogo.

Este artigo versa sobre a pesquisa realizada que teve como tema o pedagogo e os eixos que norteiam a construção de sua identidade profissional no espaço escolar, analisando o contexto das dimensões: formativa (incorporação dos saberes adquiridos), organizacional (construção de novos modelos de gestão curricular e administrativas) e pedagógica (práticas educativas) no contexto educacional.
Os estudos de Perrenoud (2002) e de Mizukami (1998) apontam que há uma grande preocupação com a dicotomia entre teoria e prática na formação do educador, havendo dificuldades por parte do professor em estabelecer uma ponte entre os conhecimentos teóricos (saberes de referência) e a prática pedagógica (saberes práticos).
Na abordagem teórica, o que se pretende é analisar as idéias dos autores citados e de outros referenciados sobre o contexto da formação do profissional da educação, de tal forma que possa evidenciar como a formação de professores se dá na prática. Essa análise propicia uma visão crítica das práticas pedagógicas e o que se busca ver é a relação teoria x prática e a postura reflexiva do professor.
Para tanto, faz-se necessário refletir sobre alternativas pelas quais a educação pode contribuir face às exigências da atualidade. Não podemos pensar de maneira linear frente à forma complexa de mundo, sociedade e homem. Nesse sentido, vemos na educação um dos meios que temos para vencer as diferenças nesta sociedade globalizada.
A educação exige professores que pensem com autonomia; professores que tenham, segundo Perrenoud (2000), “competências e habilidades” para encontrar as soluções necessárias ao processo ensino-aprendizagem, bem como professores que acreditam na necessidade de estar sempre se atualizando em uma sociedade em que as mudanças ocorrem constantemente.
Essas mudanças exigem que a formação do professor contemple uma permanente reflexão sobre uma prática que precisa ser renovada para acompanhar o ritmo das transformações; pois, segundo Zeichner (1998), o “professor como prático reflexivo reconhece a riqueza da experiência que reside na prática dos bons professores”.
De acordo com alguns autores, a formação continuada apresenta-se como sendo uma condição necessária ao desenvolvimento de habilidades, atitudes de valores, de forma a atualizar a aprendizagem anterior. Dentro da perspectiva de formações continuadas, o professor terá a possibilidade de rever sua formação e atuação, contribuindo para um processo contínuo de construção da sua identidade profissional.


A Identidade do Pedagogo

Quando procuramos pelo conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa graças às quais é possível individualizá-la, segundo Houaiss (2001, p.1565)[2], estamos referindo-nos à identidade. Em se tratando da busca da identidade do Pedagogo, questiona-se se ele é um professor, um educador ou um cientista. Que características o distinguem? E em que circunstâncias ele se apresentam?
Nóvoa (2006), relatando uma experiência, diz que, ao apresentar sua identidade profissional, oscila entre professor, cientista ou pedagogo, mas a resposta mais plausível é dizer-se: professor. Porém, se encontra alguém mais curioso que pergunta: “professor de quê?”, então, tudo recomeça. Na opinião de Libâneo, há uma diversidade de práticas educativas intencionais na sociedade a qual se configura como uma ação pedagógica nas esferas escolar e extra-escolar, assim, ele considera que: O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vistos objetivos de formação humana definidos em sua contextualização histórica. (2002 p. 68)[3]

Sabe-se que as práticas educativas, em suas várias manifestações e modalidades, não se restringem à escola, mas é evidente a tendência de pedagogização da sociedade, pois, segundo Libâneo (2006), não é casual a menção cada vez mais freqüente à sociedade do conhecimento. E a ausência do pedagogo junto às instituições educativas deixa uma lacuna, pois, sem ele, quem irá coordenar os trabalhos pedagógicos?


Sobre a identidade do pedagogo, Franco esclarece que:


O pedagogo será aquele profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis educativa e deverá estar comprometido com a construção de um projeto político voltado à emancipação dos sujeitos da práxis na busca de novas e significativas relações sociais desejadas pelos sujeitos. (2003, p.110)[4]

Porém, no dia-a-dia da escola, presenciamos a figura de um pedagogo sobrecarregado à mercê das necessidades imediatas distanciando-o das propostas de contribuir com a transformação, conduzindo ao esvaziamento e equívocos em seu fazer e em sua formação.

Considerações Finais


Entendemos que é necessário o professor analisar o contexto da realidade educativa, por meio de uma reflexão constante que desenvolva o seu saber fazer, articulando o que, como, para que e para quem, de forma a integrar os alunos nas situações de aprendizagem.
Dessa forma, defendemos os processos de formações continuadas, seja, presencial ou em ensinos a distancia, como uma possibilidade de integração entre a teoria e prática, a reflexão e a ação no campo de atuação pedagógica, de forma autônoma e criativa, correlacionadas com os processo de participação nas formações que só tem a contribuir pedagogicamente com o profissional professor, fazendo-o um articulador de novas vivências, experiências e a sua própria visão na ampliação do conhecimento.
É certo, pois afirmar, que o pedagogo-professor não deve ater-se somente aos limites teóricos, mas buscar seu aprendizado na criação e recriação de sua prática apropriando-se também, dos recursos, métodos, teorias e técnicas do professor formador para refletir e modificar seus conhecimentos científicos e experiências incorporando esses saberes na criação de seus habitus: saberes de referências, saberes pedagógico e competência.
Finalizando, entendemos e defendemos que a formação profissional deve ser entendida como um processo de desenvolvimento contínuo, onde a construção da identidade profissional do pedagogo ainda está em construção, perpassando pelas dimensões: formativa, organizacional e a postura reflexiva na sua própria prática pedagógica, que esperamos possam atender aos anseios do que compõem a Escola.


[1] Artigo apresentado a disciplina de Estágio I: O Pedagogo e os Eixos que Norteiam a Construção de sua Identidade. Karla Patrícia V. de Britto, 5º Período de Pedagogia-UNEB/DCH III. Junho, 2009.
[2] HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.1565
[3] LIBÂNEO, José Carlos. Educação: pedagogia e didática – O campo investigativo da pedagogia e da didática no Brasil: esboço histórico e buscas de identidade epistemológica e profissional. In: PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Didática e Formação de Professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. São Paulo: Cortez, p. 77- 129, 2006a.
[4] FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus, 2003.




Lucélia Ribeiro
No periodo de 12 a 16 de julho de 2010, os alunos do 5º ano A, da Escola Municipal Ludgero de Souza Costa, sob a responsabilidade da Professora Lucélia Ribeiro, conheceram atraves das leituras comentadas e partilhadas, a historia social e cultural de Juazeiro-Ba, que no dia 15/07 completou 132 anos de emancipação politica.
Para conclusão das atividades, os alunos junto com a professora confeccionaram um mural postando um resumo da história de Juazeiro, lendas e fotografias da cidade em varias épocas.



sexta-feira, 19 de março de 2010

REFLETINDO SOBRE AS TEORIAS ESTUDADAS: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: mAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM



Trabalho realizado na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica VI - Curso: Letras

Lucélia Ribeiro

DIALOGANDO COM OS TEMAS TRANSVERSAIS


“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo.”

Paulo Freire


Realizar um diálogo entre as teorias estudadas nas disciplinas referentes às praticas pedagógicas e, por conseguinte nas atividades desenvolvidas nas disciplinas de Estágio supervisionado I e II é reportar-se ao vários conceitos estudados e a partir daí a efetivação da construção dos conhecimentos apresentados e atrelar uma relação entre essas teorias e (re) formular reflexões e através delas efetivar a construções de diálogos que ampliem a nossa vivência de aluno ao longo das diversas disciplinas no decorrer do curso de letras na Faculdade de Tecnologia e Ciências.


Falarmos no papel da educação que está instalada em nossa prática é realizarmos um retrospecto da educação ao longo de seu contexto histórico, desde a educação nas sociedades tribais onde as crianças aprendiam sem a necessidade de alguém para ensinar, imitando os gestos dos adultos, até a chegada do grande marco da educação que foi a apresentação dos pilares básicos, essenciais a nova educação que aparece no relatório Educação, um tesouro a descobrir, coordenado por Jacques Delors, na Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.
Sabendo que a educação é o elemento chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado, os estudos e as pesquisas realizadas sobre o papel da educação que abordam as principais correntes e fundamentos sociológicos, filosóficos, históricos e psicológicos e suas contribuições no campo educativo, reporta para a docência reflexiva quanto à construção política e pedagógica do processo educativo, auxiliando na construção crítica e no olhar investigativo do professor pesquisador, para ampliação do seu conhecimento no uso das novas tecnologias da informação e comunicação.
A educação atual nos prepara na condição de estudantes para formação de atitudes na qual, sejamos capazes de efetivar mudanças ao nível emocional e intelectual compreendendo que a educação na contemporaneidade necessita de metas educacionais bem elaboradas, culminando em aprendizagens e mudanças nas estratégias de ensino, observando que a educação tem o papel da construção do caráter do ser humano e a sua conduta ética na sociedade nos assuntos abordados nas disciplinas durante o curso de graduação.
Entendendo que no mundo atual a educação ainda é muito discutida e se analisarmos claramente perceberemos que buscamos uma melhor relação entre a educação e a sociedade, já que são intrinsecamente ligadas. E ao questionarmos o papel da educação, queremos também ver e saber qual o verdadeiro papel da sociedade, visto que os objetivos tanto da sociedade como da educação não podem ser vistos separados e sim ligados, pois entendemos a educação como um recorte da sociedade.
A partir dessas considerações entendemos que a educação deve buscar a moral, a construção do caráter e a busca da conduta para o ser humano, fazendo como que estes princípios possam ser parte integrante da sociedade em que convive, e não ficar a mercê dela. Outro tema bastante propício que discorreu através de uma leitura sobre a importância da formação do leitor atentando para uma leitura crítica, investigativa e reflexiva sobre a importância da Gestão Escolar e a construção do Projeto Político Pedagógico da Escola.

No entendimento de Lúcia Klein (2008), a gestão democrática na escola pública é aquela que concilia a dimensão ética, política e técnica no fazer pedagógico, que é a essência do seu trabalho.
Nesse entendimento, a gestão se processa como articuladora para a formação profissional do educador e do educando, oferecendo conceitos ligados à pedagogia de projetos e sua contribuição para a construção da cidadania.
A formação do professor investigativo e reflexivo alerta-nos para a importância da incorporação à ação pedagógica aos aspectos sociais, políticos e educacionais que virão contribuir para a ampliação de visão da escola, do homem e do mundo.
Desse ponto adentrando no cotidiano da sala de aula esse tema nos coloca a frente da compreensão em conhecer os princípios e os aspetos legais da gestão escolar, trazendo reflexões sobre a grande complexidade do ambiente escolar, assim como reconhecermos a importância da construção e execução do Projeto Político Pedagógico, como suporte essencial para nortear as ações do trabalho educacional.


Conforme Gandim (1999, p.66)


Uma grande tarefa da escola é a formação de um aluno que seja sujeito de seu processo de aprendizagem e, posteriormente, da sociedade; partindo do pressuposto, porém, que a grande força do neoliberalismo provém de sua grande capacidade de romper com o coletivo e reforçar a busca individual da excelência, uma das principais reações da escola tem que ser trabalhar com a noção de solidariedade

Nesse sentido existem necessidades de interação entre o processo pedagógico e o administrativo, evidenciando que cada um fique com seus significados, já que as efetivas mudanças no processo de gestão escolar dependem de conhecimentos que incorporados, nas ações coletivas e na co-participação de uma equipe, requer, segundo Vasconcelos (2008), articular o projeto político pedagógico como um desafio constante a ser enfrentado pelos educadores e o resultado do sucesso dessa inter-relação é uma escola pública de qualidade democrática.
A partir desse entendimento, o Projeto Político Pedagógico é um elemento que se constitui na coletividade e participação no ambiente escolar, resgatando o sentido humano, cientifico e libertador do planejamento, pois numa concepção organizacional, já não se pode mais centralizar o poder nas mãos do gestor e sim envolver outros autores que estão inseridos na comunidade escolar.
Os conhecimentos aprendidos foram de grande multiplicidade, a saber, as concepções e olhares sobre o livro didático que encontramos nesse elemento como um norteador relevante na construção de aprendizagens significativas essencial, mas pouco privilegiado em sala de aula.
Entendemos que o livro didático tem sido um principal recurso, mas não o único que os professores e alunos de línguas possam fazer uso em sala de aula para as atividades de ensino e da aprendizagem formal nas referidas disciplinas.
O Ministério da educação, através da PNLD oferece subsídios para escolha, porem nem sempre o escolhido é o que atende e/ou atenderá as expectativas da clientela naquele momento.
O livro didático não define currículo nem deve ser o único instrumento de trabalho em sala de aula, trazendo um entendimento primordial a escola que o que se encontra escrito no livro didático não é tudo o que o professor deve ensinar, mas sim utilizar como suporte para efetivação de melhorias de aprendizagem em sala de aula ou fora dela.
Destarte também para a ética na formação do educador. Segundo a determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, a Ética é responsabilidade de todos os professores e constitui um dos temas transversais que devem perpassar todos os conteúdos de ensino em uma escola, em todos os níveis
Por isso a ética é retratada com significativos especiais para a vivência no mundo globalizado em seus múltiplos aspectos, em meio a abalos e desordens, que desobedecem à ética, sendo esta atingida a cada dia numa enorme “desordem moral”, como diz MacIntyre (1984), pois percebemos em meio a crises diárias que esta perdeu seu real significativo, perdendo seu lugar para valores até então desconhecidos, porem valorizados pelos seres humanos.
Perante esta constatação é imprescindível que busquemos compreender verdadeiramente qual o papel do Educador nesta sociedade e como sua formação ética é importante para a construção de novos valores numa sociedade, digamos assim com seus aspectos éticos significativamente abalados, inclusive por crises constantes na educação. É necessário, pois que a formação do educador seja uma preocupação constante nas discussões educacionais.
Consolidando por todos os contextos podemos conceituar Ética como uma área do saber à qual corresponde o estudo dos juízos de valor referentes à conduta humana, seja tomando por referência as regras de conduta vigentes numa determinada sociedade ou tomada de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar. Assim, a Ética pode ser entendida como relativa à moralidade, como avaliação dos costumes, deveres e modos de proceder dos homens para com os seus semelhantes.
Entendemos que o homem não nasce ético, mas reconhecemos que sua estruturação ética vai acontecendo juntamente com seu desenvolvimento. É válido lembrar que o docente tem um papel de fundamental importância na formação de cidadãos críticos e reflexivos, exercendo um papel competente e ético, aliando a criatividade, reflexão, coragem, e entender que fazer não se constitui no todo, mas querer fazer é acreditar em si mesmo e afirmar sobre suas reflexões que é possível realizar significativas mudanças.
As competências e habilidades propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) permitem inferir que o ensino de Língua Portuguesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão lingüística, sua capacitação como leitora efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura.
Para além da memorização mecânica de regras gramaticais ou das características de determinado movimento literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobilizadas nas inúmeras situações de uso da língua com que se depara na família, entre amigos, na escola e no mundo do trabalho.
Na esteira dos novos paradigmas da atual política educacional brasileira que busca democratizar mais e mais o acesso à escola tornando-a parte ativa do corpo social – o ensino da língua materna deve considerar a necessária aquisição e o desenvolvimento de três competências: interativa, textual e gramatical.
Esse tripé, necessariamente inter-relacionado, mesmo não sendo exclusivo da disciplina, encontra nela os conceitos e conteúdos mais apropriados.
Outro fator que merece ressalva é com referencia aos planos de aula, que são executados conforme o plano de unidade e de curso, e a depender da necessidade, estes eram modificados, a fim de atender a clientela de alunos mais precisamente em seus estudos e desenvolvimento de suas habilidades e competências.
Ainda segundo, os PCNEM, a nova escola não há de ser mais um prédio, mas um projeto de realização humana, recíproca e dinâmica, de alunos e professores ativos e comprometidos, em que o aprendizado esteja próximo das questões reais, apresentadas pela vida comunitária ou pelas circunstâncias econômicas, sociais e ambientais. Mais do que tudo, quando fundada numa prática mais solidária, essa nova escola estará atenta às perspectivas de vida de seus partícipes, ao desenvolvimento de suas competências gerais, de suas habilidades pessoais, de suas preferências culturais.
Parte do que foi sintetizado acima, resume um aprendizado da nova escola brasileira, não como receita para ser seguida sem espírito crítico, e sim como sugestão do que fazer para criar o novo.
Nesse processo de construção dos conhecimentos através das disciplinas que se idealizaram em essencial para a formação de opinião e idéias sobre a escola, as atividades realizadas no período que antecederam a prática docente aliada as etapas observatórios e co-participativas se constituiu numa etapa importante para levar o estudante de graduação a conhecer, intervir, aplicar seus projetos e planos de ação na escola, não dependendo apenas dele para a efetivação dessas atividades, mas de todos os envolvidos no processo durante as atividades relacionadas ao estágio supervisionado.
Entendemos que a construção do conhecimento é um processo interativo e, portanto social. Nessa interação são transmitidas e compartilhadas experiências oferecendo suporte para práticas pedagógicas eficazes.
Enfim, os PCEM, o que se deseja, afinal, são professores reflexivos e críticos, ou seja, professores com um conhecimento satisfatório das questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem e em contínuo processo de autoformação, além de autônomos e competentes para desenvolver o trabalho interdisciplinar levando a compreensão que exercer a docência é pensar em estar sempre à frente nas inovações educacionais, para atendimento aos novos paradigmas da atual política educacional brasileira.
Os desafios e dificuldades com o Ensino da Língua se apresentaram ao longo do tempo e essas dificuldades, a partir dos diversos olhares do cotidiano, nos trazem a realidade, sendo necessário que o conjunto escola tenha conhecimento a despeito da língua e de outros fatores que possam consolidar na prática, o desenvolvimento dos alunos, focando aspectos intelectuais e sociais na área de linguagem, para que as ações educativas sejam reconhecidas através desse instrumento como viável para a ampliação de conhecimentos de todos.
Nos conceitos abordados nas concepções do ensino da língua em sua prática pedagógica, nos apropriamos da histórica do ensino dessa Língua e sua inserção na pratica em sala de aula, aliando a eles, procedimentos didáticos, que contextualizados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, coloca o docente como inovador de ações educativas na sala de aula.
Vários estudos mostram concepções e definições sobre a língua e suas propriedades para o ensino desta de forma coerente e adequada.
Bakhtin (2002) valoriza a fala e afirma sua natureza social, e não individual onde estão ligadas as condições da comunicação perante as estruturas sociais. Esses argumentos conflitam-se com o de Saussure quando o mesmo então não considera a língua um fato social, mas um objeto ideal rejeitando as manifestações orais e individuais.
Na verdade, com este confronto, a língua domina e não é dominada, isto porque, a falta de argumentos para enfrentar os falantes é o que se torna subjetivo aos contrastes das fala/língua.
Destarte afirmar que ensinar Língua é desenvolver um trabalho de "linguagens" que leve o aluno a observar, perceber, inferir, descobrir, refletir sobre o mundo, interagir com seu semelhante, por meio do uso funcional da linguagem, e que esta o faça refletir a língua na sua posição histórico-social, levando-o aluno a perceber, consciente ou inconscientemente, as marcas de sua ideologia, que estão subjacentes ao seu discurso, seja ele oral ou escrito.
Nisso vem à preocupação com relação à promoção do desenvolvimento da aprendizagem no contexto da pesquisa e da nossa prática, enfatizando o planejamento curricular e a formação do educador como eixos importantes para os princípios e fundamentos da educação e valorização dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Devemos construir e evidenciar no processo avaliativo do aluno, que ele seja avaliado em suas habilidades e competências a serem desenvolvidas a cada atividade e não na sua totalidade, apenas como mero instrumento de notas quantitativas.
Os estudos no decorrer do curso de graduação foram válidos em todos os sentidos, até os que mostraram expectativas negativas para o aprendizado, porém entendemos que os erros apontam para acertos posteriores.
Partindo desse pressuposto e entender que ensinar não é transferir conhecimentos e conteúdos para meramente formar o cidadão, mas sim uma ação à qual o sujeito dá forma e estilo, não se reproduzindo à condição de objeto um do outro – quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender, indagamos agora sobre um ponto crucial nas nossas atividades do percurso do curso de graduação, a interação entre alunos e professores e a construção do conhecimento em sala de aula através do dialogo permanente entre as partes.
O ser humano é um agente em permanente transformação, e o mundo é seu espaço de indagações, vivências e aprendizados constante. Por essa razão o desenvolvimento da sua aprendizagem importa compreensão na elaboração e execução de seus saberes em sua evolução. Nesse sentido a sociedade tem um conceito de desenvolvimento social, político e cultural, focalizando que o ser humano é passível a várias mudanças ao logo da evolução humana.
O ser humano é ao mesmo tempo singular e múltiplo. Dissemos que todo ser humano, tal como ponto de um holograma, traz em si o cosmo. Devemos ver também que todo ser, mesmo aquele fechado na mais banal das vidas, o constitui próprio um cosmo. Traz em si multiplicidades interiores, personalidades virtuais, uma infinidade de personalidades quiméricas... Cada qual tem em si galáxias de sonhos e fantasmas (MORIN, 1993: 57).

As aprendizagens construídas através dos conceitos aprendidos foram significativas para a evolução da caminhada profissional que pretendemos abarcar enquanto docentes no Ensino Fundamental II e Ensino Médio. É essencial que a principio tenha sentido diferenças perceptíveis e cabíveis ao momento em que estava vivenciando uma prática diferente da que tenho no meu dia a dia. Digo isso por estar à frente de salas de educação fundamental I (1ª a 4ª séries).
A princípio, essas dificuldades foram se apresentando, uma aparentemente forte, foi à inquestionável indisciplina que sempre focava os mesmos alunos. E uma das preocupações era que esses alunos tinham muitas dificuldades com a leitura e a escrita, e também em estabelecer um convivo fraterno e harmonioso com seu professor em sala de aula.
Em dias atuais se deparar com uma sala de aula de ensino fundamental II, com clientela heterogênea e um fator que deve ser aliado a muitos outros fatores, inclusive os externos como, por exemplo, a questão da instituição família, moradia, classe social, as novas tecnologias e outros fatores determinantes que muitas vezes dificultam a relação de ensino aprendizagem.
É fácil perceber que aprendizagem em uma sala de aula depende de outros fatores, inclusive os emocionais, que são bem visíveis pelas evidências bem características durante as aulas, dificultando as abordagens para a melhoria das dificuldades de aprendizagem do aluno e também sua interação com o professor, sendo que este será ou seria seu melhor aliado para sanar essas dificuldades.
Um fator que considero de bastante relevância para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem é o fator cognitivo, definidos em sala de aula diariamente. É importante e devem ser levados em consideração, pelo fato dos alunos estarem em idade ou fase de adolescência ou ainda em séries adiantadas. Muitos pais, professores, escola e a própria comunidade, não entendem que estes necessitam de tratamentos afetivos, por todas as circunstâncias sociais a que muitas vezes são submetidos, provocando rupturas na própria auto - estima desse alunado.


MAPEAMENTO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

Entendemos que a partir dos conteúdos trabalhados nas disciplinas teóricas, a condição do profissional “professor” no exercício da docência tem de aplicar práticas dinamizadoras, que tragam efeitos diferenciados no ensino e na aprendizagem dos nossos alunos, ajudando-os a serem cidadãos críticos e atuantes na condição de pessoas transformadoras na sociedade, oferecendo destaque e importância nas suas transformações, e ver que esses alunos estarem se colocando na sociedade no século atual e em séculos futuros, não como meros cidadãos, mas como pessoas que tem uma visão de mundo ampliada para alçar seus ideais de futuro.
Entendemos que os conceitos ligados a prática reflexiva surge como um modo possível dos professores interrogarem as suas práticas de ensino, e que essas reflexões abrem um leque de oportunidades para retornarmos a atividades consideradas ineficazes e efetivarmos práticas que atendam aos objetivos de uma educação traçada em idéias questionadoras e dinamizadoras nas suas atividades. Quando enfocamos a expressão “prática reflexiva” esta inevitavelmente se confronta a investigação de nossas praticas diárias em sala.
O desenvolvimento profissional dos professores ocorre ao longo da profissão. Evidencia-se nesse processo a participação de vários e complexos fatores pessoais e profissionais, entre eles, a construção da autonomia, a relação com o grupo de iguais, as escolhas, as experiências e vivências pessoais e profissionais. Logo, é um processo contínuo que se produz ao longo da trajetória formativa do professor e está inserido em um projeto de vida, o qual cada professor é sujeito participativo e responsável por seu crescimento ou por sua estagnação.
Nesta perspectiva, a reflexão permite a reconstrução da prática, possibilitando o crescimento pessoal e profissional do professor, já que o instiga a buscar novas formas de pensar e agir a partir das diversas situações vivenciadas no ambiente escolar. O professor possui saberes, oriundo de sua prática, de sua construção intelectual, enfim de sua história de vida. Também os alunos em formação inicial, possuem seus saberes inerentes à maneira de ser, conseqüentes das experiências vivenciadas ao longo de sua trajetória educativa. Esses saberes pessoais e profissionais, enquanto formação inicial é saberes que se aplicam e se modificam nas práticas de ensino.
A representação da prática docente numa perspectiva metacognitiva e crítica ao tecemos nossas reflexões e propusermos discussões sobre o exercício da docência a partir de experiências anteriores à graduação que é capaz de influenciar na construção de nossas próprias teorias referente à profissão, tomou como base pensamentos sobre ações praticadas no período de docência e suas decorrências rotineiras, analisando suas circunstancias e tomadas de decisões no processo ensino aprendizagem, não deixando de trazer o pensamento da escola e suas condições sociais.
“Um educador, que se preocupe com que a sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não poderá agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação.

A avaliação, neste contexto, terá de ser uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida social”. (Luckesi, 1984: 46).

Partindo desse ponto dessa afirmação concebemos que o professor é um profissional cuja especificidade de sua a arte é ensinar. Para isso, deve ter em suas atividades formativas iniciais momentos privilegiados para apreender um conjunto de habilidades, conhecimentos e requisitos que são essenciais para o exercício de sua função. A isso, o autor dá o nome de profissionalidade e dessa conquista serão derivadas outras duas etapas de sua formação: a profissionalização e o profissionalismo.
Assim como Luckesi, Libâneo (2001, p. 65), afirma que ,


Se o professor perde o significado do trabalho tanto para si próprio como para a sociedade ele perde a identidade com a sua profissão. O mal-estar, a frustração, a baixa auto-estima, são algumas conseqüências que podem resultar dessa perda de identidade profissional.


Defende que para garantir a profissionalidade docente, o ensino como atividade específica do professor e da escola, a busca por melhor formação e condições de trabalho e pelo retorno do significado social do ser professor deve simultaneamente atentar para as suas atividades formativas e de docência como essencial na formação continuada, já que é no contexto do trabalho docente que a identidade do professor se consolida fundamental para a compreensão dos fatos históricos e para a sua articulação com a história/realidade presentes, uma vez que o presente é fruto da dinâmica dos acontecimentos históricos presentes no passado.
Em décadas anteriores, acreditava-se que, quando concluída a graduação, o profissional estaria apto para atuar na sua área o resto da vida, sem que este necessitasse de ações e formações contínuas para ampliação de seus conhecimentos. Inevitavelmente e por conta das constantes transformações no contexto educacional é visível que a realidade atual convoca o profissional docente para uma tomada de consciência que o leve a realizar suas próprias transformações, devendo estar consciente da importância crucial as formações permanentes que estão atualmente interagidas na escola no seu dia a dia.
Entendemos dessa forma que o profissional em docência não deverá ter e/ou mostrar abstinência no prazer pelos seus estudos e leituras que devem estar sempre evidenciados em sua trajetória a profissional, até porque esse prazer que o professor demonstre, ficará visualizado pelos alunos que assimilaram este gosto.
A isso chamamos de prazer em aprender no momento de ensinar com prazer. Os desafios desse profissional são inúmeros haja vista, que enfrenta grandes obstáculos sociais, inclusive financeiros, para almejar e manter-se atualizado em cursos/e ou capacitações formativas para aprimoramento, ampliação e desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, efetivando-se a sua eficiência em apresentar novas atividades que contemplem sua atualização
As transformações sociais que se apresentam no ambiente educacional é que irão gerar transformações no ensino para a atualidade, pois apesar da importância dada as formações continuadas ainda observando claramente que os resultados da educação continuam sendo insatisfatório, o que vem colocar que as mudanças são necessárias nas práticas educativas, evidenciando, portanto, sua formação e sua prática para motivação de estudos freqüentes.
O movimento de reflexão coletiva poderá permitir ou não que o professor faça uma releitura de suas mediações pedagógicas. Caso essa reflexão aconteça, é significativo salientar que a mesma se dê preferencialmente no coletivo e através do compartilhamento de saberes e fazeres, que são traduzidos pelas competências e habilidades profissionais inter-relacionadas às efetivas práticas educativas realizadas no âmbito da profissão docente e que constituem o repertório de saberes (Pimenta, 2002).
Portanto, refletir possibilita ao professor a [re] significação constante de seus saberes e fazeres. O professor que reflete sobre o que faz, muda seu pensamento e suas ações frente aos alunos, reelabora sua maneira de ensinar e aprender através de diferenciadas formas de entender e praticar a profissão que lhe foi destinada.

6.0 – REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 7ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1995.
BRASIL. Diretrizes Curriculares dos Cursos de História. MEC – Secretaria de Educação Superior: Departamento de Políticas do Ensino Superior, Brasília, 1999
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998.
LIBÂNEO, José C. Formação de Professores e Nova Qualidade Educacional - Apontamentos Para Um Balanço Crítico. Educativa - Rev. Dep. Educação UCG, Goiânia - GO, v. 3, p. 43-70, 2000
LUCKESI, C. Avaliação educacional escolar; para além do autoritarismo. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, 13(61): 6-15, nov./dez., 1984.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários a Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2000.

PIMENTA, Selma Garrido e GHEDIN, Evandro (Orgs.). Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002.

PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A Pesquisa e a Construção do Conhecimento Cientifico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 3ª ed., São Paulo: Rêspel, 2005.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

LUCÉLIA RIBEIRO

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